segunda-feira, 20 de abril de 2015


Alfredo Bosi 

(São Paulo, 26 de agosto de 1936) é um professor universitário, crítico e historiador literatura brasileira, membro da Academia Brasileira de Letras.
Descendente de italianos, Bosi é filho de Teresa Meli, salernitana, e Alfredo Bosi. Depois de graduar-se em Letras Neolatinas pela Universidade de São Paulo (USP), em 1960, recebeu uma bolsa para estudar na Itália, onde permaneceu por dois anos, na cidade de Florença.
De volta ao Brasil, tornou-se professor de língua e literatura italiana na USP, cargo que ocupou por dez anos.
Em 1964, escreveu a tese A Narrativa de Pirandello. Seis anos mais tarde, defendeu livre-docência com a tese Mito e Poesia em Leopardi.
Embora fosse professor de Literatura Italiana, Bosi sentia-se dividido por causa de seu grande interesse pela literatura brasileira, que o levou a escrever os livros Pré-Modernismo (1966) e História Concisa da Literatura Brasileira (1970). Em 1972, Bosi decidiu-se pelo ensino de literatura brasileira no Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
Foi vice-diretor do IEA - Instituto de Estudos Avançados da USP - de 1987 a 1997, ano em que passou, a partir do mês de dezembro, a ocupar o cargo de diretor. Entre outras atividades no IEA, coordenou o Programa Educação para a Cidadania (1991-96), integrou a comissão coordenadora da Cátedra Simón Bolívar (convênio entre a USP e a Fundação Memorial da América Latina), coordenou a Comissão de Defesa da Universidade Pública (1998) e presidiu a Comissão de Ética da USP (2000-04). Bosi é também editor da revista Estudos Avançados desde 1989.
Em 2003 foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira 12.
É casado com a psicóloga social, escritora e professora do Instituto de Psicologia da USP Ecléa Bosi, com quem tem dois filhos, José Alfredo, professor de Economia, e Viviana Bosi, atual professora do Departamento de Teoria Literária da FFLCH/USP.


Curiosidades: As obras de Alfredo Bosi foram
  • O pré-modernismo (Editora Cultrix, 1966);
  • História concisa da literatura brasileira (Cultrix, 1970 – 44ª ed., 2007;
  • Historia Concisa de la Literatura Brasileña, Fondo de Cultura Económica, México (1983 – 2ª ed., 2001);
  • O conto brasileiro contemporâneo (Cultrix, 1975 – 14ª ed., 2002);
  • As letras na Primeira República em O Brasil republicano (Difel, 1977);
  • O ser e o tempo da poesia (Cultrix, 1977; 6ª.ed., Companhia das Letras, 2000; Prêmio Associação Paulista dos Críticos de Arte 1978);
  • Reflexões sobre a arte (Editora Ática, 1985 – 7ª ed., 2002);
  • Céu, inferno (Ática, 1988; 34 Letras, 2004);
  • Dialética da colonização (Companhia das Letras, 1992 – 4ª ed., com posfácio, 2001; Culture Brésilienne. Une Dialectique de la Colonisation, Paris, L'Harmattan, 2000; Cultura Brasileña. Una dilectictica de la colonizacion, Salamanca, Ed. Universidad de Salamanca, 2005);
  • O tempo e os tempos em Tempo e história (Companhia das Letras, 1992);
  • Leitura de poesia (org. e apres., Ática, 1996);
  • Machado de Assis: O enigma do olhar (Ática, 1999; 4ª Edição, 2007);
  • Machado de Assis (Publifolha, 2002);
  • Literatura e resistência (Companhia das Letras, 2002).
  • Brás Cubas em três versões (Companhia das Letras, 2006).
  • Ideologia e Contraidelogia (Companhia das Letras, 2010).


Também ganhou prêmios de melhor ensaio da Associação Paulista de Críticos de Arte, em 1977, por O Ser o Tempo da Poesia, e, em 1992, por Dialética da Colonização. Por este livro também recebeu, em 1993, o Prêmio Casa Grande e Senzala, conferido pela Fundação Joaquim Nabuco
E como o Homem de Idéias, distinção que recebeu em 1992, conferida pelo Jornal do Brasil.
E o Prêmio Jabuti, em 1993, para melhor obra de Ciências Humanas, da Câmara Brasileira do Livro.
                Alfredo Bosi também foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 20 de março de 2003, ocupando a cadeira 12.
  O ensaio Cultura brasileira e culturas brasileiras foi escrito entre 1979 e 1980 cuja versão inicial foi publicada em Filosofia da Educação Brasileira (1981), Obra coordenada pelo educador Durmeval Trigueiro Mendes. Para a sua publicação em Dialética da Colonização (1992), O texto passou por apenas alguns retoques de linguagem, tendo sido conservado os dados de base. Uma discussão sobre o texto faz-se necessário tendo em vista que Alfredo Bosi está inserido no contexto do debate teórico que, ao longo do século XX e início do século XXI, vem proporcionando reflexões sobre cultura, apoiado muitas vezes, em dicotomias como arte/indústria cultural, cultura erudita/cultura de massa, literário/paraliterário, alto/baixo. É importante salientar que o texto presente tem por objetivo discutir o texto Cultura brasileira e culturas brasileiras tentando pontuar dentro do ensaio os pontos que contribuem para o enriquecimento deste debate.


Alfredo Bosi inicia seu ensaio colocando em questão o uso do termo “cultura” no singular, já que para ele é impossível falar em uma única cultura brasileira, assim como não se pode falar em uma única cultura francesa, uma única cultura inglesa, etc. Segundo Bosi, tal unidade ou uniformidade não existe em nenhuma sociedade moderna, principalmente, em uma sociedade de classes. Talvez fosse possível falar em cultura bororo ou cultura nhambiquara pensando na vida material e simbólica desses grupos antes de serem contaminados pelos valores culturais do branco. Uma vez que esses grupos sofrem essa invasão e aculturação, a cultura acaba rachando-se, criando tensões e perdendo a sua fisionomia original, que parecia à primeira vista, homogênea. A Antropologia Cultural já caracterizava o Brasil em várias culturas, utilizando um critério racial: raças negra, branca, indígena, mestiça. Para Bosi, esses critérios podem e devem mudar (de raça passa para nação, de nação para classe social), contudo é essencial que se mantenha o reconhecimento da pluralidade cultural.
Para Alfredo Bosi uma teoria da cultura brasileira (se existir) deverá estar fundamentada no cotidiano físico e imaginário dos homens para que dele se possa abstrair os valores e teores. Ressalta que, no caso da cultura popular não há distinção entre as esferas de cunho puramente material ou simbólica. Ela diz respeito a modos de viver: costumes alimentares, vestimentas, danças, crenças, linguagem, jogos, provérbios, enfim, está relacionada a formas de conhecimento e transmissão de conhecimentos, modos de olhar, sentir, agredir, consolar.... em suma, todos os aspectos que, juntos, constituem o mundo simbólico e material do cotidiano do homem rústico. Para Bosi, a concepção de indivisibilidade entre o mundo material e simbólico (corpo e alma) nesta cultura é de difícil compreensão para o homem letrado, pois tem o hábito de tudo classificar além de não vivê-la subjetivamente.

Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Alfredo_Bosi
              http://www.ufrgs.br/cdrom/bosi/comentarios2.htm

 Foto de Antonio Paim

Antônio Paim

Nasceu no Estado da Bahia em 1927. Na década de 50, concluiu os cursos de filosofia na Universidade Lomonosov, em Moscou, e na Universidade do Brasil, Rio de Janeiro. Iniciou, nos anos 60, carreira universitária nessa última cidade, tendo sido sucessivamente professor auxiliar (UFRJ), adjunto (PUC-RJ), titular e livre docente (Universidade Gama Filho), aposentando-se em 1989. Na PUC-RJ organizou e coordenou o curso de Mestrado em Pensamento Brasileiro. Na Universidade Gama Filho, juntamente com o professor português Eduardo Soveral, implantou o Curso de Doutorado em Pensamento Luso Brasileiro. Presentemente desenvolve atividades de pesquisa em universidades, no Brasil e em Portugal.

Pertence às seguintes entidades: Instituto Brasileiro de Filosofia (IBF), Academia Brasileira de Filosofia, Pen Clube do Brasil, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Academia das Ciências de Lisboa e Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, sediado em Lisboa. No IBF, fundado pelo prof. Miguel Reale (1910/2006), tem desenvolvido amplo trabalho de pesquisa e reedição de textos na área de filosofia brasileira.


Sua obra pode ser classificada como segue: FILOSOFIA GERAL, em que publicou Problemática do culturalismo (2ª ed., 1995), Modelos éticos (1992); Fundamentos da moral moderna (1994); Tratado de ética (2003) e concluiu Balanço do marxismo e descendência, a ser editado em Portugal; FILOSOFIA BRASILEIRA, na qual o livro melhor sucedido é História das idéias filosóficas no Brasil (5ª edição, 1997), acrescido de sete volumes de estudos complementares; FILOSOFIA POLÍTICA, em que se destacam O liberalismo contemporâneo (1995; 2ª ed., 2000); História do liberalismo brasileiro (1998) e A querela do estatismo (2ª ed., 1994), em que procede ao balanço da aplicação da categoria de Estado Patrimonial à realidade brasileira. No âmbito da FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO, tem publicado material didático relacionado às Humanidades e à educação para a cidadania, em colaboração com Leonardo Prota e Ricardo Vélez Rodriguez. Após pesquisar o tema da moral em nosso país, decidiu-se por publicar Momentos decisivos da história do Brasil e um pequeno resumo de suas principais conclusões intitulado O relativo atraso brasileiro e sua difícil superação, ambos em 2000.

 Fontes: http://www.ihgb.org.br/dicbio.php?id=00041

  

Florestan Fernandes

Sociólogo e político brasileiro nascido na cidade de São Paulo, (SP), considerado o fundador da sociologia crítica no Brasil. Iniciou sua formação primária no Grupo Escolar Maria José, em Bela Vista, São Paulo (1926), fez o Tiro de Guerra (1936) e o Curso Madureza no Ginásio Riachuelo em São João da Boa Vista, São Paulo (1938-1940 e licenciou-se na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras na Universidade de São Paulo-USP (1943), ano em que escreveu seu primeiro artigo para o jornal O Estado de São Paulo, intitulado O Negro na Tradição Oral. Casou-se com Myriam Rodrigues Fernandes, com quem teve seis filhos (1944) e tornou-se assistente do Professor Fernando de Azevedo na cadeira de Sociologia II (1944). 
 Obteve o título de Mestre em Ciências Sociais - Antropologia, com uma dissertação sobre a Organização Social dos Tupinambás (1947) e defendeu sua tese de Doutor em Ciências Sociais na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da USP, também sob orientação do Professor Fernando Azevedo (1951) e ainda sobre o tema dos Tupinambás. Passou a Livre  Docente, na Cadeira de Sociologia I, na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da USP (1953) e tornou-se Professor Titular da mesma cadeira, com a tese A Integração do Negro na Sociedade de Classes (1964).
Defensor da Escola Pública, sempre foi ligado aos movimentos sociais e reivindicatórios e às organizações políticas de esquerda. Preso político no presídio do Exército em São Paulo (1964), ao ser libertado tornou-se Professor Catedrático na USP, efetivado por concurso de Títulos e provas (1965). Novamente preso (1965), foi solto no ano seguinte através de um Habeas Corpus.Afastado de suas atividades na USP através do Ato Institucional nº 5 da Ditadura Militar (1969), ficou asilado no Canadá (1969-1970).
Professor de Sociologia como Residente Latino Americano na Universidade (1970-1972), voltou ao Brasil (1972) passando a trabalhar como professor de cursos de Extensão Cultural no Instituto Sedes Sapientiae em São Paulo, foi professor visitante da Universidade de Yale (1977), até ser contratado como Professor da PUC, SP, no final daquele ano (1977), na qual tornou-se Professor Titular (1978). Elegeu-se Deputado Federal Constituinte (1986) pelo Partido dos Trabalhadores (1987-1990), onde destacou-se na defesa da Escola Pública e no projeto da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 

Ainda foi reeleito Deputado Federal (1990), também pelo Partido dos Trabalhadores (1991-1994). Faleceu no dia 10 de agosto, em São Paulo, seis dias após um mal sucedido transplante de fígado. Autor de uma extensa e diversificada obra, entre seus livros citam-se a tradução e a Introdução do livro Contribuição à Crítica da Economia Política de Karl Marx (1946), Organização Social dos Tupinambá (1949), A Função Social da Guerra na Sociedade Tupinambá (1952) e Método de Interpretação Funcionalista na Sociologia (1953)  

Segundo seus relatos, Florestan Fernandes teve, ainda criança, o interesse pelos estudos despertado, principalmente pela diversidade dos lugares onde passou sua infância. Afilhado de Hermínia Bresser de Lima, filha de Carlos Augusto Bresser, Florestan aprendeu com ela a dedicação aos estudos: "O fato é que embora eu não estudasse organizadamente, pelo fato de ter nascido na casa de dona Hermínia Bresser de Lima aprendi o que era livro, a importância de estudar e com pouco mais de seis anos adquiri uma disciplina."  Filho de mãe solteira, não conheceu o pai. O avô materno trabalhou como colono numa fazenda no interior de São Paulo, morreu de tuberculose e a mãe, após se mudar para a capital paulista, trabalhou como empregada doméstica  . Ganhou o nome do motorista de sua madrinha (que era alemão), amigo de sua mãe. Começou a trabalhar, como auxiliar numa barbearia, aos seis anos de idade. Também foi engraxate. Viveu entre a "grande casa" de sua madrinha, na esquina entre as ruas Bresser e Celso Garcia e cortiços, em diversos pontos da cidade . Estudou até o terceiro ano do primeiro grau. Só mais tarde, voltaria a estudar, fazendo curso de madureza, estimulado por frequentadores do bar Bidu, no centro de São Paulo, onde trabalhava como garçom .

Em 1941, Florestan ingressou na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, formando-se em ciências sociais. Iniciou sua carreira docente em 1945, como assistente do professor Fernando de Azevedo, na cadeira de Sociologia II. Na Escola Livre de Sociologia e Política, obteve o título de mestre com a dissertação "A organização social dos Tupinambá". Em 1951 defendeu, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, a tese de doutoramento "A função social da guerra na sociedade tupinambá", posteriormente consagrado como clássico da etnologia brasileira, que explora o método funcionalista.
Uma linha de trabalho característica de Florestan nos anos 50 foi o estudo das perspectivas teórico-metodológicas da sociologia. Seus ensaios mais importantes acerca da fundamentação da sociologia como ciência foram, posteriormente, reunidos no livro "Fundamentos empíricos da explicação sociológica" . Seu comprometimento intelectual com o desenvolvimento da ciência no Brasil, entendido como requisito básico para a inserção do país na civilização moderna, científica e tecnológica, situa sua atuação na Campanha de Defesa da Escola Pública, em prol do ensino público, laico e gratuito enquanto direito fundamental do cidadão do mundo moderno.

Fontes:pt.wikipedia.org/wiki/Florestan_Fernandes
            http://www.brasilescola.com/biografia/florestan-fernandes.htm


Pesquisa por: Mônica Campos, Daniele Duran, Vitória Duran, Yasmin Ximenes, Rafaela Maciel, Jaslyn Dorighetti e Felipe Fernandes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário